Ontem assisti o filme "O que esperar quando você está esperando", baseado no livro de sucesso de mesmo nome.
O filme é muito interessante e deveria ser visto pelos casais que estão em via de ter filhos. Trata de vários aspectos da chegada dos filhos... Gravidez planejada, não planejada, adoção e as mudanças que envolvem um homem, uma mulher e o casal em si.
Homens de plantão: não sejam preconceituosos e assistam se puder.
Mas o que mais me chamou a atenção no entanto, foi um medo, receio, apavoramento mesmo que tenho sobre a decisão do tipo de parto.
Ainda não sou mãe, mas este assunto já me assombra.
Morro de medo de parto normal. As mulheres de minha família tiveram dificuldade com ele e por isso quando penso na escolha do parto, logo penso em cesárea.
Acho mais segura, mais cômoda, menos dolorida e me inspira mais paz.
Médicos e estudiosos dizem que parto normal é a melhor opção. Mas veja a seguinte citação, retirada da Revista Veja:
"Há quatro anos, em um congresso da categoria, o professor Marcelo Zugaib, chefe do departamento de obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, dedicou sua concorrida palestra àquele que então considerava um princípio irrefutável: parto bom é parto normal. Foi duro e incisivo, qualificando de antiéticos os colegas que abusavam da "cesariana sem necessidade". Saiu do palco aplaudido por centenas de médicos, todos defensores do pensamento dominante. No mês passado, em outro congresso, Zugaib novamente foi convidado a proferir palestra. O título, dessa vez, era uma pergunta que por si só indica a virada na forma como os profissionais sérios abordam a questão: "Resgatar o normal é válido?" Ao microfone, o obstetra desdisse boa parte do que havia defendido com tanta veemência antes. Qualquer casal que conte com bons médicos e bons hospitais, declarou, pode e deve optar exatamente pelo tipo de procedimento que julgar mais conveniente. Se quiser se preparar para um parto normal, tudo bem; se desde a primeira consulta preferir cesárea, também não há problema.
"Antigamente, tratávamos a cesariana como os religiosos tratavam os pecadores na época
da Inquisição", reconhece Zugaib. "Continuo a favor do parto natural. Mas, com os avanços tecnológicos e as mudanças de costumes, não condeno mais a cesárea. Cada caso é único e cabe ao médico dar todas as informações para que o casal faça sua escolha.""
Se pensarmos que o Brasil é o campeão em cesarianas, cabe uma nova análise ao tema. Por que será que tantas mulheres optam por este tipo de parto?
Será que são os médicos? Será pela facilidade de agendamento de datas e horários convenientes?
Não sei. Acredito que sejam uma série de fatores. Eu particularmente penso que a cesarea seja a melhor opção, para pessoas como eu: nervosas, agitadas, com pânico de parto normal, com medo de ter dores, com medo de não ter força. Penso que hoje em dia uma cesariana é simples, segura, causa muito menos dor e tem recuperação rápida.
Acredito que diante de tantos medos que tenho, é melhor que eu opte pela cesariana e tenha um parto tranqüilo. A calma e tranquilidade nesse momento tão importante e feliz na vida de uma família deve ser priorizada.
O fato é que este tipo de parto tem sido feito muitas vezes desnecessariamente, visando apenas a comodidade, do médico e da paciente. O que aí, gera um risco desnecessário.
Na mesma matéria da Revista Veja, Marcelo cita outro aspecto importante: "Também não considero a cirurgia a opção ideal para a saúde pública porque, além de ser mais cara, não temos qualidade suficiente, em matéria de médicos e hospitais, para garantir a taxa mínima de risco de um parto normal. Mas quem tem acesso a serviços e atendimento de primeira linha pode se sentir muito melhor fazendo uma cesárea."
Antes, as vantagens da cesariana eram muito poucas, se tomássemos suas desvantagens: anestesia, corte, dor no pós-parto, mulheres encurvadas caminhando devagarinho, encolhidas, pelos corredores da maternidade. As mães que pediam este tipo de parto eram consideradas mimadas, imaturas, despreparadas até para os imensos sacrifícios exigidos pela maternidade.
Hoje, o corte na barriga não passa de 10 centímetros e os pontos são absorvidos pelo organismo. O anestésico, além de ter menos efeitos colaterais, é injetado com uma dose de morfina que permite à mulher não sentir dor alguma no primeiro dia. Quando seu efeito passa, ela já está se movimentando normalmente e a dor residual é bem menor. Que mulher resiste?
Eu queria muito ter coragem para um parto normal. Mas por enquanto minha escolha seria cesarea.
E vocês? O que pensam disso? Os pais, as mães, os futuros. Qual seria/foi a escolha de vocês????
Ah, e por pura curiosidade, o termo cesariana vem do latim caedere, cortar, e da lenda que diz que César, o futuro imperador romano, teria sido tirado por um corte da barriga da mãe agonizante.
Interessante, né?