“O
pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do
desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe
nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas.
Para isto existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas
para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a
terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar
desconhecido.” (Rubem Alves)
Por
quê? Pra quê? O que? Quando? Como?
Precisa
saber todas as respostas?
Claro
que não. Desde que esteja confortável com a resposta que tem. Com
aquilo que vê, com aquilo que sente.
Não
saber tudo é uma das coisas mais mágica que Deus pôde nos
conceder. Possibilitou que nos tornássemos seres sem limites. Sem
reservas. Muitas vezes, sem noção. Sem noção do que é pro bem,
do que é pro mal. Nos deu o livre arbítrio.
Liberdade
total de ir e vir. De conduzir nossa própria vida dentro do que
nossa ética e moral dizem ser o certo. Ok, dentro do que nossa
sociedade afirma ser certo também.
Mas,
enfim, liberdade.
Eu
sou de uma geração em que as escolas, sim, ensinavam o certo. Pouco
faziam pensar. Pouco construtivismo. Mas tive a sorte de ter tido
bons professores e principalmente uma família que me levou a
conhecer a maravilha da leitura. Alcei vôos altos por meio da
leitura, do conhecimento. Me fiz maior do que as respostas prontas.
Uso
as respostas prontas? Com certeza. Quando concordo e quando a
resposta me convém. Não me convém? Faço minhas próprias
perguntas e descubro ou invento minhas respostas.
Não
gosto que questionem meus ideais. Gosto de descobrir minhas respostas
por mim mesma. Aceito uma ajuda, às vezes. Mas é sozinha que eu me
encontro.
Mudo
minhas respostas. Elas não precisam ser as mesmas sempre.
“Eu
prefiro ser, essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha
opinião formada sobre tudo.” (Raul Seixas)
Não
saber tudo nos faz humildes para reconhecer erros e mudar. Nos faz
ter estímulo para brigar por aquilo que achamos certo.
Não
saber tudo nos faz crescer em busca do correto.
Só
não dá pra viver à toa. No vácuo. Na lama. Na escória. Fora da
Escola da Vida.