"A pessoa que nos obriga a engolir sapo, a gente nunca mais esquece.
Diz a Adélia que "aquilo que a memória amou fica eterno". Aí eu acrescento algo que aprendi no Grande Sertão. Conversa de jagunços matadores. Diz um: "Mato mas nunca fico com raiva." Retruca o outro, espantado: "Mas como?" Explica o primeiro: "Quem fica com raiva levo o outro para a cama." É isso. A gente leva para a cama a pessoa que nos obrigou a engolir o sapo. A raiva também eterniza as pessoas. Não adianta falar em perdão. A gente fica esperando o dia que ela também terá de engolir um sapo. Ou, como dizia uma propaganda antiga de loteria, a gente reza: "O seu dia chegará.""
Diz a Adélia que "aquilo que a memória amou fica eterno". Aí eu acrescento algo que aprendi no Grande Sertão. Conversa de jagunços matadores. Diz um: "Mato mas nunca fico com raiva." Retruca o outro, espantado: "Mas como?" Explica o primeiro: "Quem fica com raiva levo o outro para a cama." É isso. A gente leva para a cama a pessoa que nos obrigou a engolir o sapo. A raiva também eterniza as pessoas. Não adianta falar em perdão. A gente fica esperando o dia que ela também terá de engolir um sapo. Ou, como dizia uma propaganda antiga de loteria, a gente reza: "O seu dia chegará.""
( Rubem Alves )
Eu ando meio incomodada em engolir sapos. Acho que antes eu conseguia fazer isso com maestria. Disfarçava bem mesmo. Até sorria.
E isso me foi muito bom em minha vida pessoal, profissional e etc.
Hoje eu me vejo mais revoltada, mais irada: tolerância zero (Lembra do Grande Francisco Milani??). E não acho isso bom.
Engolir sapos faz parte de uma vida saudável na sociedade. Se você não consegue, você acaba arrumando briga, desentendimento, perdendo a calma, perdendo chances...
Quando li este texto do Rubem Alves, fiquei de cara como ele conseguiu - mais uma vez - dizer tudo o que eu estava pensando... O problema de engolir sapos é quando a pessoa que nos faz engolir sapos não é uma pessoa qualquer, que nem sequer merece nossa preocupação. A questão é outra: engolir sapos de pessoas próximas, íntimas, amigas ou não. Pessoas que vão, de algum modo, continuar fazendo parte do nosso dia-a-dia.
Como, meu Deus, como agir???
Juro, que por mais que eu não seja vingativa, Rubem Alves novamente se faz fiel ao sentimento: "a gente fica esperando o dia que ela também terá que engolir um sapo". E aí não é vingança. Acho que é um desejo de justiça. Será?
Por fim a frase: "A raiva eterniza as pessoas". Quer pior verdade que essa? Você com certeza se lembra do seu vizinho que ouve um funk/samba no último, mas não se lembra daquele silencioso, que te dá bom dia todo dia.
E assim é... me causou raiva, eu me entristeço, demoro pra esquecer... Perdôo. Mas sempre fica aquela tristezinha no fundo. Queria ser evoluída e não sentir isso tudo.
E respondendo minha pergunta, como agir? Simples: faça de conta que nada aconteceu, aja naturalmente. Espere em silêncio que o outro engula seu sapo. É a melhor opção.
Adorei a resenha explicativa.
ResponderExcluireh verdade!!
KKKKKK a a parte do vizinho que escuta funk com certeza. A pessoa é eternizada na raiva!
Bjk
mulherziceseafins.blogspot.com
Muito boa a resenha.....é dificil essa arte de engolir sapos...
ResponderExcluirBeijos!!
òtima semana
Andrea
Monicaaaa, que medo. Acredito que li esse texto ontem!!!! Comprei um livro do Rubem Alves e ele começa exatamente com essa metafora... Perfeita para meu momento!!!! Precisamos sentar num pelo café aqui em SP e conversar mais sobre Rubem!
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