segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A gente leva da vida a vida que a gente leva

"O que vale mais a pena - colocar mais vida em nossos anos ou mais anos em nossas vidas"? (Eduardo Giannetti)

Ao ler esta frase me peguei pensando em quantos anos eu tenho colocado em minha vida sem significado algum. Quantas tardes perdidas no desespero, na angústia do olhar pro nada. Quantas noites mal dormidas, quantos filmes não vistos, quantos livros não lidos, quantas viagens não feitas, quantos vinhos não degustados na companhia de alguém especial, quantos beijos não dados, quantos abraços não dados, quantas risadas não dadas.
Quanto tudo não feito. Quanto tempo jogado fora.
Fiquei assustada pensando o quanto adio minha felicidade. O quanto eu adio decisões. O quanto eu adio sim´s e não´s. O quanto eu prolongo esperas. O quanto eu me anseio com esperas, o quanto eu me permito ficar nervosa e triste nas esperas, enquanto uma simples decisão poderia mudar tudo. Novo começo ou novo fim. Mas algo novo.
Percebi o quanto rezo menos nestes momentos de angústia. E lembrei de Oscar Wilde com
"Quando os deuses querem nos punir eles atendem as nossas preces"... Será este o medo da oração? Que recebamos exatamente aquilo que pedimos e tenhamos medo de lidar com a dádiva recebida? (mas já falei sobre isso no post anterior...).
Refleti também que estamos sempre perdendo tempo. Mesmo sem querer...

"MINHA FORMAÇÃO filosófica impõe-me o uso preciso das palavras porque as palavras devem revelar o ser. E é assim, usando de forma precisa as palavras, comunico aos meus leitores que ontem, dia 15 de setembro, eu desfiz 75 anos...
Haverá leitores que se apressarão a corrigir meu uso estranho, nunca visto, da palavra "desfazer", atribuindo-o, quem sabe, a um início do mal de Alzheimer. Todo mundo sabe que, para se anunciar um aniversário, o certo é dizer "fiz" tantos anos. No meu caso, "fiz" 75 anos...
Mas o verbo "fazer" sugere algo que aumenta, um crescimento do ser, o artista e o artesão "fazem"...
Mas, que ser aumenta com a passagem do tempo, esse monstro que devora os seus filhos? O que aumenta é o vazio. Esses anos que o aniversariante distraído anuncia como anos que ele fez são, precisamente, os anos que ele desfez, o tempo que já passou, que deixou de ser, os anos que o tempo devorou.
Por isso acho um equívoco filosófico perguntar a alguém: "Quantos anos você tem?". O certo seria perguntar "quantos anos você não tem?". E ela responderia "não tenho 42 anos", "não tenho 28 anos". Porque esse número de anos indica precisamente os anos que ela não tem mais. Nos aniversários, então, a maneira correta de se dirigir ao aniversariante é perguntando-lhe "quantos anos você está desfazendo hoje?" (Rubem Alves)

Enquanto desfazemos anos, que saibamos acrescentar valores. Dar Siginificado ao tempo que nos passa, ou que passa por nós. Que saibamos desfrutar de verdade do sentido da alegria, da felicidade, do amor. Pois no fringir dos ovos, o que a gente leva da vida é a vida que a gente leva...

7 comentários:

  1. Acredito que perdemos muito tempo de nossas vidas com coisas fúteis e com preocupações.
    Pre(ocupação), que ás vezes só acontece dentro da gente. A gente sofre, para de comer, não dorme com medo de coisas que nem sabemos se vão acontecer, mas que dentro da gente já provocaram um grande estrago.
    Temos que viver a cada momento como se fosse único.
    Acredito que ás vezes Deus não atende nossas orações, pq elas não estão de acordo com a vontade dele. Pensamos que sabemos o que é melhor pra nós, mas só (pensamos).
    E ainda bem que muitas orações minhas não foram ouvidas rs..


    bjokas =)

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  2. Importante é colocar vida nos nossos anos...mas, atenção, ninguém morre sem ser no tempo certo(exceptuando, talvez, quem se suicida ou sofre acidentes mortais).

    Oscar Wilde usou esse ensinamento celta e tem razão para isso E há um outro , também da sabedoria celta, que aprendi à minha custa "Quando algo acontece repetidamente na tua vida, é porque os deuses te querem ensinar qualquer coisa". Da cultura cristã rambém percebi em minha vida as palavras de mateus: "Não julgues , para não seres julgado; assim como medires assim serás medido; como pesares serás pesado", dos orientais veio a certeza de que existe karma e também o sei por acontecimentos vividos por mim.

    Gostei de seu texto e das reflexões que ele partilha.

    beijinhos, linda

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  3. Tanto tempo perdido, tanta experiência boa jogada fora... temos que aprender a viver intensamente cada momento mesmo...

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  4. O importante é viver intensamente.

    www.iasmincruz.com

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  5. tenho uma frase assim....

    Quando tive tempo de mudar minha vida
    Não tive tempo
    Hoje não tenho tempo que preciso para mudar
    Mas se quiser todo tempo é possível

    Ler e refletir muito bom

    Abraços com carinho!

    └──●► *Rita!!

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  6. Se tem algo que me irrita muito - mas muito mesmo - é perceber que perdi o meu tempo por culpa minha. Eu acho que a principal causa é a gente dar valor para aquilo que não tem valor. Que não agrega nada de positivo em nossas vidas. É tão chato perceber que as futilidades ou as preocupações exageradas tomaram conta dos nossos dias. Adiar a felicidade é adiar o verdadeiro sentido da vida. Adoro as suas reflexões. Beijinhos.

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  7. Bela postagem, Moça! Devemos pensar nisso, sim... até porque o tempo é o único capital que não podemos reaver! :) Boa semana, feliz Natal!

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