quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ms Brightside

Sempre tento tirar lições de tudo. Ter sempre uma visão otimista e acabo me perguntando se faço isso pra me enganar ou se realmente penso isso.
Tenho muita resignação e desejo de me tornar mais afável nesta área mais percebo que o medo muitas vezes lança fora a semente da esperança ou a crença em que tudo pode dar certo.
Como é sofrível temer a tudo. Medo de ser, de não ser, de ir, de ficar, de tentar, de desistir. Medo de falar. Medo de mostrar fraquezas. Medo de mostrar uma força tão grande que não existe. 

Rubem Alves, sempre aqui, diz que o "otimismo tem suas raízes no tempo; a esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo”.

Será que me apego demais ou de menos ao morango no abismo? É uma linha tão tênue entre meu medo, meu otimismo, minha esperança.

Eu queria é aprender sempre a melhorar minha visão... "Há muitas pessoas que têm visão perfeita e nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido!" (Rubem Alves - de novo). Aprender a ver o que está diante de mim. A não duvidar. A acreditar. A ser real. A não fantasiar. A não dramatizar. Aprender a ver o que vale a pena. Aprender que não devia focar e ver só o lado ruim de tudo, como sempre faço. Aprender a ter coragem de viver e merecer o melhor. O bom. Tenho direito e mereço sim o que é bom. E se alcançar este bem, mereço aprender a cuidar e a cada vez mais merecer este bem e não ter medo de perder um bem, tornando-o um mal.

Medo. Meu otimismo, minha esperança ainda esbarram no medo. 
Medo. Do que especificamente? De mudar? De perder? De ganhar? De ser? De fazer? De chorar? De sorrir? De entristecer? Ou o pior medo é o medo de ser feliz?
Dizem que a pessoa que nasce sem enxergar, tem sim uma vida restrita, mas que aquele que perdeu sua visão depois de enxergar perfeitamente sofre uma das mais duras das penas: ser privado de uma alegria. Seria o medo de ser privado de algo o algoz de tanta gente e de tanta coisa?

Que consigamos aquecer nosso coração. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração” (Rubem Alves). Quero isso pra mim. Ser contagiada pelas coisas boas que vemos, que sintimos, que vivemos. NÃo duvidar. E se por acaso o que notarmos a nossa volta forem coisas "secas" e tristes, que consigamos tirar de dentro de nós alguma força para que borbulhe de dentro um novo fôlego, a cada vez que precisarmos.

Camus sabia o que era esperança. “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível…” 
Que este verão invencível nos permita fazer escolhas corajosas e melhor: que saibamos viver corajosamente, de um modo que valha a pena ter trilhado o caminho que trilhamos.

E você? Precisando de otimismo, esperança, coragem ou apenas querendo merecer o fruto da sua escolha?

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Partículas no tempo


Quando eu vi o filme Medianeras fiquei com muita vontade de conhecer certos lugares de Buenos Aires não pelo turismo em si, mas pra tentar ver se sentiria coisas parecidas com o que o filme mostrava no momento.
E um dos lugares que eu fiquei muito feliz de ter estado foi o Planetário Galileu Galilei, porque, pra começar eu não entendo nada de astros, estrelas, cometas, planetas e foi muito legal aprender sobre isso, mas também por que enquanto eu fiquei lá, sentada tipo como num cinema, olhando as estrelas eu senti tanta coisa boa, diferente, estranha.
Comecei a pensar no quanto a gente torna nossos problemas pesados, nossas dúvidas emblemáticas, nossos medos donos de nossas vidas.
Comecei a pensar que eu tão pequena aqui, não tenho o direito de complicar as coisas dentro de um universo que é tão bem feito, tão meticulosamente feito pra funcionar.
Que direito tenho eu de querer o caminho mais difícil, mais tortuoso, mais sofredor, se o que tenho na outra mão é um caminho tão cheio de paz, de alegria, de recompensa?
Quão difícil pode ser corrigir o que tá errado? Lutar pra tentar aquilo que se quer? Desistir daquilo que se quer quando aquilo só te trouxer tristezas? Abrir mão do que te faz sofrer? Abrir a mente pro novo? Dar uma chance pra coisas boas entrarem em sua vida?
Será que está mesmo tudo premeditado? O destino já está escrito? Somos marionetes apenas desempenhando nosso papel? Temos poder de escolha? O que eu posso decidir da minha vida enquanto ela tem pendências com outras vidas, lugares, fatos...
Não sei.
Olhar as estrelas mais de perto, no Planetário, me mostrou também que eu tenho medo. Tenho medo do que eu penso. Do que eu penso que penso. Tenho medo do que decido. Tenho medo do que não decido. Tenho medo de ficar. Tenho medo de ir. Tenho medo do sol parar de brilhar, como o filme das estrelas, apresentado no Planetário dizia que aconteceria. Sou tão pequena. Somos tão pequenos. Quem nos acode na hora deste medo?
Deus. Nossa família. Nossos amigos. Os anjos que Deus nos envia em forma de gente que a gente nunca devia deixar sair de perto da gente. E a gente sempre deixa toda essa gente ir embora em algum momento da vida. E por quê? Por quê ir embora quando se quer ficar? Por quê ficar quando se quer ir?
Por que complicar tanto tudo o que é pra ser tão fácil?
Quando se cresce e se para de fazer isso, num ciclo vicioso de erros que só fazem sofrer?
Perguntas que só precisariam de respostas tão simples. Perguntas que nem deveriam ser feitas de tão óbvias que são.

"What if there was no light
Nothing wrong nothing right
What if there was no time
And no reason or rhyme (...)
What if I got it wrong
And no poem or song

Could put right what I got wrong (...)
Every step that you take
Could be your biggest mistake
It could bend or it could break

That's the risk that you take" (Coldplay - What If)

E se, né? 

Muitos acreditam na oração, na fé. Outros, no nada. Muitos na astrologia. 
Horóscopo. Se teu horóscopo te dissesse que hoje o problema de sua vida seria resolvido, você acreditaria e esperaria que ele se resolvesse sozinho ou você se motivaria pelo que leu e iria resolvê-lo? E aí valeria o que seu horóscopo disse ou seria um efeito placebo master blaster envolvente?

Por isso prefiro acreditar na fé. Na sensação de que estou tentando fazer o melhor, apesar de nem sempre fazer o melhor. 

O bom é ter algo em que se acreditar. Até sofrer fica mais reconfortante tendo alguém ou Alguém por perto.

Boa semana povo :)