domingo, 30 de junho de 2013

Medianeras *


Como prometido, vou escrever um pouquinho sobre um filme lindo que eu vi, e que me deixou encantada: Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual.

O filme é todo intimista e acho que vai ser 8 ou 80. Ou você vai amá-lo ou odiá-lo. Eu amei! 

Quis vê-lo porquê vou novamente pra Buenos Aires (aqui uma postagem especial sobre a cidade!) e o filme mostra uma Buenos Aires bem detalhada e na visão de moradores de lá! Só de mostrar a cidade de um outro ângulo, citar alguns pontos turísticos famosos, tentar explicar as construções e sua falta de padrão e modelo estético arquitetônico, de explicar o que são as Medianeras (fundamental na beleza metafórica do filme), e de citar "o que se pode esperar de uma cidade que virou as costas pro seu rio?", só disso tudo, já valeria a pena você assistir. A arquitetura portenha aparece como uma vilã e como metáfora de isolamento e falta de comunicação.


Estou convencido de que as separações, os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, o suicídio, as neuroses,os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a inseguridade, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e da construção civil. Destes males, salvo o suicídio, padeço de todos.” (Frase do Martín - pouco doido?)

"Estes edifícios que se sucedem sem nenhuma lógica demonstram uma total falta de planejamento. Exatamente igual à nossa vida, vamos vivendo sem ter a mínima idéia de como queremos ser. Vivemos como se estivéssemos de passagem por Buenos Aires. Somos os inventores da cultura do inquilino. Os edifícios são cada vez menores, para dar lugar a novos edifícios, menores ainda. Os apartamentos se dividem em ambientes, e vão desde os excepcionais 5 ambientes com varanda, sala de jogos, dependência de empregados, depósito, até a quitinete, ou caixa de sapatos." (Martín again)



Mas não, não fica por aí!
O filme conta a história de Martín e Mariana. Ambos com problemas de relacionamentos, causados por relacionamentos horríveis que tiveram em suas vidas! Não, ninguém tá sofrendo de dor de cotovelo no filme! Não!!!! tão é deprimidos por terem perdido tempos preciosos de suas vidas com pessoas erradas, que não valiam a pena e nem tinham nada a ver com eles. #quemnão?

"Como é possível ser próximo de alguém tão diferente?
É a conclusão estúpida que fica de uma relação de quatro anos (...) Quatro anos são 48 meses... são 1.460 dias... são 35.040 horas com a pessoa errada." (Frase da Mariana)

Martín e Mariana não se conhecem, mas nitidamente foram feitos um para o outro! O legal é que grande parte do filme se passa sem que não haja nenhum contato entre eles, e você sente, a cada minuto, o quanto eles são próximos e parecidos. Gostos semelhantes, comportamentos complementares, angústias e medos familiares. É apaixonante torcer por eles, porque você pensa: Noooooooossaaaaa! tem alguém no mundo que vai entender a loucura dele e vai fazer ele feliz! E não vai criticar, nem querer mudar! Fofo!

E pra variar, essa pessoa tá tão perto, tão na cara, tão literalmente a um clique de você que fica até difícil de aproximar: "Se, mesmo sabendo quem eu procuro, não consigo achar... Como vou achar quem eu procuro se nem sei como é?" (Outra frase da Mariana, sim ela é bem louca, mas fofa!).

Pra saber um pouco mais, a história é narrada por estes dois personagens, que tentam se libertar das amarras da solidão que a cultura virtual e a arquitetura de Buenos Aires acarretaram para portenhos que vivem sozinhos. O diretor do filme, Gustavo Taretto, explica que quis retratar uma solidão que não é dramática, mas "uma solidão a que já estamos acostumados. De todos os dias. Solidão urbana. A solidão que sentimos quando estamos rodeados de desconhecidos"

Olha a carinha dos protagonistas:



E pra quem ficou mais curioso ainda, ta aqui o trailler:



Boa semana pra todo mundo!

Medianeras (ou pared medianera) é nome dado àquelas paredes sem janelas dos edifícios, também chamadas de paredes cegas. Geralmente, são as paredes laterais de um prédio, que, por sua proximidade com o edifício vizinho, não se pode "abrir janelas". Muitas vezes, estes espaços são usados para afixar outdoors ou algum tipo de publicidade. Na Argentina a construção de janelas em paredes medianeras é proibido por lei, ainda assim muitos descumprem a ordem, em busca de mais claridade em seus apartamentos.

domingo, 23 de junho de 2013

Misturando tudo

Seguindo minha promessa de ano novo, outrora descumprida, mas reassumida, tentando escrever semanalmente, como sempre. 
E eu não sei ainda sobre o que quero falar.
Pensei em falar sobre as manifestações. Pensei em falar sobre Limites - o que precisa acontecer pra chegar no meu limite? Pensei em falar sobre fé. Pensei em falar sobre paciência.

Vou falar de tudo.

Começando pelo meu limite e o limite dos outros.
Coisa subjetiva isso.
O que é a gota d'água pra você? Quando é que você decide que não dá mais?
Eu tenho certo problemas com isso. Sempre tenho fé nas coisas. Acho que vai melhorar. Acho que nada é por mal. Enxergo o bem nas pessoas. Demoro a perceber o que diz aquela velha música do Gabriel:

"Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?"

E aí essa música me lembra muito o que tá rolando aí de protestos.
Então eu paro de falar do meu limite subjetivo e falo do social.

"Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura"

Deveria ser lindo pra mim, contemplar o que estamos vendo na mídia e no nosso dia a dia.
Mas, não é.
Sério mesmo. Quer protestar, sai pra rua: apoiado. Mas antes saiba pelo que vc ta protestando. Tem mano aí falando fora Dilma e votou nela nas últimas eleições. Tem gente pedindo o fim da corrupção, mas forja atestado, não devolve troco errado, etc. Tem gente que nunca andou de ônibus e sai pra falar de transporte público. Reclamar de gastos com a Copa do Mundo agora? Tinha que reclamar quando foi noticiado que seria aqui. Tenha dó né? O movimento é super legal e tá super forte. Mas a intenção não pode ser passear na rua, nem lotar o facebook de mensaginhas revolucionárias.
Não é isso que é protestar. Tem que ter conteúdo. Tem que saber o que tá fazendo. Não é só ponto de encontro. E isso me preocupa. Será que tanta atenção voltada pra este movimento, vai conseguir trazer frutos positivos? Tomara.

Tenho fé que sim. Fé. Estranho falar de fé. Porque depende do que e em que você tem fé. Fé certa mesmo, só em Deus. Fé em coisas, em partidos políticos e principalmente em pessoas, é muito vão. Acreditar ou por sua confiança em pessoas é estar fadado a decepção e o sofrimento. As pessoas não sentem o mesmo que você, não vivem o mesmo que você, não agem como você e tudo isso só gera decepção, quando o retorno é negativo.
E aí vem a revolta, a tristeza, a melancolia. E a solução? Não sei se tem, mas tem aquilo: saber por ou impor limites. As decepções seriam menores se colocássemos limites para nossa confiança. Se não tivesse acreditado, não teria sofrido. Se ao menos tivesse colocado limites antes de chegar ao limite, estaria sendo mais fácil.
E assim também, se não tivéssemos tanto acreditado que o jeitinho brasileiro daria certo, que os políticos iam acabar saindo da robalheira sozinhos, se tivéssemos colocado como limite, um governo do PT com corrupção e aí tivéssemos dado chances pra alguém novo - Simmm Marina da Silva, sou fã dela - talvez vivêssemos algo diferente hoje.

Ou não, talvez ela tivesse se corrompido também.
Talvez eu esteja exagerando neste momento na falta de fé nas pessoas. 
Culpa dos limites. Não dados.
Ou culpa do domingo, que traz a segunda e complica tudo ainda mais.

Pra terminar, um acorda leão do Foo Fighters. Será que estamos sendo fools ? O best of you está sendo desperdiçado? Vale pras manifestações, pros limites e pra fé...

"I've got a another confession, my friend
I'm no fool
I'm getting tired of starting again
Somewhere new
Were you born to resist or be abused?
I swear I'll never give in
I refuse"


Só não falei sobre paciência. Acho que estou sem ela, hoje. :(
Fé que a semana será boa. 

domingo, 16 de junho de 2013

Quando a hora é a hora?

E então você tem que decidir tanta coisa, tem que saber o que quer, tem que saber escolher, tem que saber como agir com sua escolha, tem que arcar com as consequências, tem que lidar com perdas, tem que lidar com os ganhos.

Seria fácil se pudéssemos prever. Se a gente soubesse que a escolha que tomássemos, que o caminho escolhido fosse só de alegria e gozo. Mas também seria uma escolha confortável, sem riscos e muito provavelmente sem a felicidade da recompensa da escolha pura.

Talvez seja um bem não poder adivinhar e ter de ter a coragem de escolher. Confere à decisão maior direito de colher os frutos dela. Dá um gosto de: Escolhi este caminho e mereço os frutos da alegria desta escolha.

E quando? Quando se sabe que o momento é o certo pra decidir? Tanta coisa que muda, tanto medo que traz, tanta coisa que pode ser errada. Tanta coisa que pode ser certa, tanta alegria que pode vir da mudança, tanta coisa que na verdade era mudança, mas que parece que é natural. Alegria é perceber que algo novo parece ser seu desde há muito tempo, de tanto que faz parte de um pedaço seu. É como se o novo já existisse, dentro de cada um.

O momento? Agora é Cedo ou Tarde demais? Não saber é desconfortante. É sufocante. É pesado. O ruim é ir vendo o tempo passar, arrastando a hora de escolher, a hora de escolher por que porta entrar. 

E talvez seja este o grande sentido da palavra CRESCER. Ter responsabilidade pelas escolhas e ser merecedor do que elas trazem. Decidir por si só. Pensar além do bem e do mal. Deixar o medo pra trás. Olhar com fé para um novo futuro.

Um sinal. Podia haver só um sinal, pra encorajar, motivar. O sinal seria a paz do olhar e do coração? Seria a confiança e o apoio? Seria a coragem que vem em momentos estranhos. 
Como dizia a letra: "toda vez que algo nos falta, o invisível nos salta aos olhos..." (Piano Bar). Quem sabe... 


- Já tentou de olhos fechados?
- Se tudo se resolvesse assim...
(Dialógo do filme Medianeras - Vou escrever sobre ele ainda!!!)

Nada como um chá de camomila num domingo chuvoso, ouvir De Fé (Engenheiros do Hawaii), lembrar que tenho muito mais dúvidas, do que certezas e que hoje, com certeza
eu só tenho uma coisa, e que isso deve bastar pra ter a coragem de agir... cair no sono e esperar que tudo se resolva. Rápido.


"Sempre que eu preciso
Me desconectar
Todos os caminhos
Levam ao mesmo lugar
É meu esconderijo
O meu altar
Quando todo mundo
Quer me crucificar...

Eu só quero estar
Com você!
Ficar com você!...

Quando o tempo fecha
E o céu quer desabar
Perto do limite
Difícil de agüentar
Eu volto prá casa
E te peço prá ficar...
Em silêncio
Só ficar...

Eu tenho muitos amigos
Tenho discos e livros
Mas quando eu mais preciso
Eu só tenho você...

Tenho sorte e juízo
Cartão de crédito
E um imenso disco rígido
Mas quando eu mais preciso
Eu só tenho você
Quando eu mais preciso
Eu só tenho você...

Tenho a consciência em paz
(Só tenho você)
Tenho mais do que eu preciso
(Só tenho você)
Mas, se eu preciso de paz
Eu só tenho você
Tenho muito mais dúvidas
Do que certezas
Hoje, com certeza
Eu só tenho você...

Eu tenho medo de cobras
Já tive medo do escuro
Tenho medo de te perder..."

Gostei de ler o que li aqui no blog da Aline Teles...

sábado, 8 de junho de 2013

Breguices e peculiaridades

Minhas amigas ontem me disseram, espero que tenha sido um elogio, que sou louca e peculiar. Como o assunto era muito abrangente, foquei apenas no aspecto gosto musical neste post.
Claro que eu detesto pagode, sertanejo, funk, axé, forró e sou mais chegada no velho e bom rockzinho, num jazz, num blues e coisas deste tipo. Masssss
Tem algumas coisas que escapam ao controle... E delas que vou falar agora...

Fábio Jr.


Com certeza foi influencia da minha mãe, mas o fato é que eu amo :)
A música acima, O que é que há? é linda e uma das minhas preferidas dele. 
Além dele ser um gato, tem um jeitinho de cantar só dele, uma carinha de coitadinho misturado com safadeza, que deve deixar a maioria das mulheres com vontade de cuidar...
"Telefona! Não deixa que eu fuja... Me ocupa os espaços vazios... Me arranca desta ansiedade..." Não é fofo?

E esta:


Pareço um menino acho que é a favorita deste momento. "Você tem a luz que ilumina o nosso caminho. Depois de você descobri que não sou mais sozinho. Você é o amor que a vida me deu de presente. Sou homem maduro, mas na sua frente, pareço um menino. Você me abraça e a tristeza vai embora. A dor que existe fica da porta pra fora. A gente briga, mas é coisa que acontece, logo o coração esquece, porque a gente se adora..."

Perfeita na voz dele né? A carinha dele... Delícia de cantar, ouvir, pensar, ficar triste, e melhorar, pensando, meu Deus afff que coisa deprimente... 

Amo tudo do Fábio, então nem vou colocar mais músicas dele, senão a breguice fica toda com ele...


Daniel

Lindo, fofo, bom caráter, simpático... Adoro também. É minha exceção sertaneja...


Vida minha é o cúmulo da breguice, da dor de corno. Até as moças dançando no fundo fazem o climax da coisa piegas. Mas eu gosto. Ai Jesus amado, descendo até o fundo do poço. "Olha, lá vem o sol, Vai chegar novo dia, Lá vou eu inventar esperanças de novo..."

Voz tão linda dele, né?


Só seu amor não vai embora talvez ganhe o prêmio da top lamentação. Mas é gostosinha de ouvir e cantar. E aí com o adicional do Rick e Renner que ferra de vez com qualquer bom gosto. Vergonha alheia de mim kkk "Tentei me iludir achando que podia... Esquecer você da noite pro dia... Eu não consegui tá pior agora... Ah! Ah! Só seu amor, Só seu amor não vai embora". Destaque pro Ah! Ah!


Wando
Quando se fala em coisa brega, não tem como deixar o Wando de fora. Não gosto muito dele não, aliás, que Deus o tenha... Mas falar que nunca ninguém se empolgou com o Iá iá meu iô iô, é uma mentira deslavada... Então, tem que aparecer aqui na minha lista...


"Você é luz É raio estrela e luar. Manhã de sol, Meu iaiá, meu ioiô. Você é "sim", E nunca meu "não" "


Fagner 

Outro que não é favorito, mas que me encanta no tour brega é o Fagner. Mais feio do que tudo, canta com sotaque, nem faz cara bonitinha, mas num momento trash, tá no repertório...


Deslizes é fogo... "E como prêmio, Eu recebo o teu abraço. Subornando o meu desejo Tão antigo. E fecho os olhos Para todos os teus passos, Me enganando, Só assim somos amigos... Por quantas vezes, Me dá raiva de querer... Em concordar com tudo Que você me faz. Já fiz de tudo Prá tentar te esquecer, Falta coragem prá dizer Que nunca mais...

Brega, Brega, Brega... Cult de tão brega...



Teria alguns mais... Mas já tá boa a coletânea...
Às vezes sou brega. Canto junto e tudo mais. Mas juro, são só essas, no mais, meu gosto musical é mais legal!

E as suas top bregas, quais são???