quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dúvidas

"O filósofo Odo Marquard observou na língua alemã uma correlação entre a palavra zwei, que significa "dois", e a palavra zweifel, que significa "dúvida", indicando que dois de tudo trazem à nossa vida a possibilidade da incerteza."(Comprometida - Liz Gilbert)

Estou lendo esta surpresa de livro delicioso da Liz Gilbert, que fala sobre casamento! E não um conteúdo romântico de casório, e sim sua história, em diversas culturas. Nem preciso dizer que estou adorando! Mais legal ainda é ver como, com o passar do tempo fomos criando expectativas e tornando o assunto tão temido por homens e mulheres.

Mas dada a dica da leitura, quero comentar aqui a frase acima, do livro.

Como, cada vez mais, vivemos cercados de dúvidas.

Casar ou investir na carreira?
Comprar um imóvel ou investir em fundos?
Almoçar um fast-food ou comida tradicional?
Viajar ou economizar?

E vai mais longe... Que carreira escolher, quando mudar, onde morar, com quem casar, que livro ver, que operadora de celular escolher, que canal assistir, que filme ver, tudo...
Estamos constantemente convivendo com dúvidas e vence ou obtêm o maior número de vitórias aquele que sabe agir com rapidez e segurança diante de uma dúvida.

Muitos não suportam a pressão de tanto terem de decidir e escolher que acabam com depressões, pânicos, inseguranças. Outros não toleram as dúvidas do outro:

"Dê-me o benefício das suas convicções, se as tiver, mas guarde para si as dúvidas. Bastam-me as que tenho." (Goethe) 

Outros ainda, não aceitam as sugestões dadas pelos mais próximos para ajudar a solucionar as dúvidas.

Cada qual sabe, ou deveria saber, lidar com as suas dúvidas.
O fato é que: 

"Existem duas espécies de idiotas: aqueles que não duvidam de nada e aqueles que duvidam de tudo."(Ligne)

O melhor de tudo: fomos e somos agraciados pelo livre arbítrio, temos o direito à dúvida e o mais, à escolha ou a não escolha.

Interessante é pensar que será que não estamos tendo opções demais?
Dois de tudo, como disse Liz Gilbert, não pode nos tornar inseguros, ingratos e insensíveis ao importante e real?

Bom refletir nisso!

Até semana que vem!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cai não, balão...



Se hoje já fosse dezembro, meu Palmeiras estaria de novo na segundona.

"Qual a semelhança do Natal e do Palmeiras?
R. Os dois caem em dezembro."

Piadinhas como essa surgem aos montes. Eu, que sou um pouco invocada, brigo, resmungo, fico triste ou desisto. Abstraio. A coisa como está no Palmeiras, é só abstraindo.
Paixão à parte, está difícil ser Palmeirense.

E o que faz que um time tão grandioso esteja nesta situação?

O primeiro ponto que ressalto é a falta de Paixão dos jogadores. Claro que há exceções, mas a impressão que tenho é que falta sentimento. Jogadores que honram a camisa. Brigam. Choram. 
Hoje, protegidos por uma legislação mais correta porém com uma gama de direitos exagerados e valores exorbitantes, os jogadorem vem, treinam e jogam. Acabou. Não levam para casa o peso de uma derrota, não mais se desesperam em tomar ou não fazer gols, não dizem mais como o grande São Marcos: "Eu me quebro todinho de novo, mas o Palmeiras vai ganhar dessa Ponte Preta". Hoje em dia, o jogador se poupa. Se tem uma dorzinha, não joga. Se cuida. Não quer correr o risco de se quebrar, de não poder ir pra Europa, ganhar fama, dinheiro e reconhecimento.
Pouco se vê jogadores de um time só. Como até agora Neymar, Rogério Ceni, o próprio Marcos.

O segundo ponto, e que talvez seja o mais definitivo é o descompromisso e falta de foco das diretorias.
A impressão que tenho é que no Palmeiras rola algo como que uma máfia. Entra uma diretoria e desfaz o que fez a anterior. Há investimentos em coisas secundárias e desvio do foco no time.
Veja: O Palestra Itália sempre foi um charme de estádio. Será que neste momento, precisaríamos de um novo, lindo e moderno estádio? (que realmente vou ter orgulho de ter!!!) Ainda por cima se for em detrimento de uma formação de um time bom e competitivo?
De que vai valer um estádio tão lindo, na série B?
O mais triste é que a diretoria do Palmeiras não aprendeu a lição de 2002, ano da primeira queda à série B. Vai ter que passar por tudo outra vez. Triste...

O terceito ponto que cito é a absurda dispensa de técnicos quando há recorrentes resultados negativos da mesma equipe. Quando o técnico não tem identificação com a equipe e quando houveram diversos investimentos na equipe, OK, talvez caiba uma dispensa.

Agora, um cara como o Felipão é a cara do Palmeiras e penso que só ele poderia dar jeito. Sozinho? Não. Com o apoio de uma diretoria eficaz.
Mas agora Ines é morta e só nos resta torcer para um milagre...